domingo, 20 de junho de 2021

Do frio

 

Já tem uns dias que eu observo (ousaria dizer que admiro) as tardes bonitas que tem feito nesses últimos dias de outono. Um sol lindo pintando as montanhas de amarelo-dourado, um céu azul com poucas nuvens, as árvores brilhando seu verde musgo-vivo enquanto se movimentam pra escapar do frio. O mesmo frio que eu sinto, agora com mais intensidade.

Já tem semanas que eu vivo a base de chá pra me aquecer. Aquecer o corpo, a alma, o coração. A mente, não! Tantos pensamentos e questionamentos e dúvidas e incertezas (não, não são a mesma coisa) e hipóteses e reflexões e recapitulações, que não tem como esfriar, aquietar, deixar o vento frio bater e levar consigo toda a produção de horas, dias, semanas.

{Seis minutos de silêncio enquanto toca Bilhetes na playlist}

São oito horas da noite de um domingo (frio). Normalmente, nessa hora, eu já estaria pensando (há algumas horas) em como desacelerar o tempo, fazer com que ele andasse mais devagar, atrasar a despedida do final de semana, torná-lo infinito no segundo anterior à decisão de findá-lo.

Hoje é domingo. Várias quintas-feiras passaram. Algumas quartas-feiras também.

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