sexta-feira, 29 de abril de 2022

Do primeiro ciclo (Da ausência)

Acordei às 06:30 e, mesmo não tendo mais o costume de tomar café da manha, abri a geladeira e me servi de uma generosa fatia de bolo. De chocolate. Doce. Seguido de água quase gelada.
Forrou o estômago. Parcialmente, consegui me iludir de que o dia iniciara doce, minimamente doce.

O texto da música passou, do dia 17 passou, do natal passou (o próprio natal passou - quase que desapercebido). O ano novo passou. Minha mudança de ciclo passou (gratidão pelo presente). A promoção, finalmente, aconteceu. O respirar novos ares se concretizou (mesmo com todos os questionamentos inquietantes do período).

Já está de noite. Em casa, comi mais bolo. Uma fatia. Duas fatias. Morango. Músicas do Nelson Gonçalves. Lembranças. Estaticidade.

Todas as decisões não compartilhadas. Todas as novidades. Todas as ideias. Todos os questionamentos. A ausência de aprovação. De norte. De orientação.

Amargo.

...

Do ar que não nos deixa afundar,
Mas que não é o suficiente para
que fiquemos de pé.