sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Do que não se comemora

Foi lá atrás, no tempo do colégio ainda, que a Melina me disse que apenas o período de seis meses que deve ser comemorado. Não um mês, não um ano: seis meses! Ela tinha toda uma explicação que eu não dei importância, nunca fez sentido pra mim.
No começo de novembro eu já tinha parte desse texto pronto, pensei em destinatar diretamente, pensei em escrever alí mesmo, quando tudo estava mais a flor da pele, mais latente. Desisti. Me reuni e debati, mentalmente, com aquelas que habitam meu corpo em forma de arte e desisti.
Eu sei que hoje são dez (e não nove), mas a questão é que eu estou virada e o sol não nasceu ainda: ainda é nove. Ainda é nove e ontem foi quarta-feira. Ainda é nove e o Tim continua tocando -mais leve, mais suave, menos marcante, menos dolorido, mas continua tocando. Ainda é nove e eu não sei se entendi o que deveria entender, porque aquele sentimento verdadeiramente ruim e super raivoso continua sem aparecer. Ainda é nove e ainda há objetos. Ainda é nove e ainda há cabelo-gliter (im-pres-si-o-nan-te, né?). Ainda é nove e eu ainda sorrio quando vejo aqueles bebes. Ainda é nove e eu não sei quando deixará de ser (por completo).
O sol começa a nascer, o dia dez também!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Do que eu não disse

Como eu queria te ajudar
E te explicar que era verdade
O que você sentiu ninguém forçou
Você tem tanto medo

Por que não pode acreditar
Que finalmente isso deu certo?
Sem procurar razão pra dizer não
Se bate o desespero

Eu acredito que não foi por mal
Mas que fez muito mal pra mim, fez mesmo
Mas que fez muito mal pra mim fez mesmo
Mas que fez muito mal pra mim fez mesmo

Não, não desliga, por favor
Nós dois sabemos que a gente
Não vai mais se encontrar
Nem se quiser, é muito deprimente

Não chora mais, vai, por favor
Eu sei que você também sente
Mas se não é igual, não leve a mal
Vou fazer diferente

Não fala isso, por favor
Eu já passei por tanta coisa
Eu não vou mais ser seu amigo
Eu quero até, mas não consigo
Eu também vou sentir saudades
E eu também vou chorar sozinho

Não peça tempo para eu te esquecer
Que eu me acostumo, mas eu não te esqueço
Que eu me acostumo, mas eu não te esqueço
Que eu me acostumo, mas eu não te esqueço
Eu te prometo que eu jamais te esqueço

Eu gosto tanto de você
E eu aguentei por muito tempo
Eu fiz o meu melhor, mas não dá mais
Hoje eu morri por dentro
Tim, gratidão
-por essa e outras-