segunda-feira, 4 de março de 2024

Da década encerrada

Dez anos, cinco meses e dois dias

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Das assombrações

Eu só não reconheci o tênis. Os dreads presos
em coque, o óculos escuro que eu dei, o lençol
só com os furos no olhos te transformando em
um fantasma, a postura, o short do time de futebol
dos amigos da engenharia, as pernas: eu reconheci!

Na plaquinha presa no peito: "Ex".
Que ironia, não é mesmo?!

Ano passado nos vimos no domingo, esse ano
nos vimos na segunda-feira e eu espero que não
nos vejamos na 3a n
o ano que vem. Falando em ver,
eu a vi - você soube? 
Só não aconteceu nada
porque era um local fechado.

domingo, 24 de setembro de 2023

Das primaveras


Seriam 70.
Incenso e vela azuis!
Um dia em silêncio: paralisada pela tristeza,
escuto Nelson e relembro outras primaveras.
Nenhuma palavra faz sentido, nenhum texto se forma.
Seriam 70.
...

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Das primaveras sem flores

"
A primavera começa hoje e a madrugada de ontem pra hoje foi embaixo de chuva, muita chuva, bastante chuva. O céu amanhaceu cinza, carregado, mesmo depois de ter chovido tanto, parece até eu.
.
Como voce aguentou, desde 2005, sem surtar de alguma forma, qualquer forma que fosse (voce aguentou)? Como lidar com a ausência e o silêncio assim, de cara limpa? É porque o silêncio e ausência definitiva chegaram mais tarde pra voce?! (Por quê não é assim entre a gente também? Das raras vezes que você aparece , mais raras ainda são as vezes que voce fala - ou que eu te escuto)
.
...
Será que eu consigo arrumar a casa para comemorarmos (juntos) a (sua) primavera?
"
(Escritos de setembro de 2022,
mas poderiam ser de hoje)

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Dos sabores

O doce de abóbora, tão estimado, agora com um Q de amargo ... indecifrável a sua origem.
O bear mate parece que não tem gás, não trás frescor e não dá o up da cafeína.
O pão carioquinha, que gosto ele tem? Quantos precisa comer pra sentir o gosto?
Ontem, na tentativa de aplacar um pouco da dor e desespero, usei essência de baunilha (que eu mesma fiz). Baunilha, baunilha, bauni ... amargor, tontura, um buraco no estômago, o arrependimento de ter pensado em comprar outra vez, as lembranças de quase um ano atrás! O amargo na boca, a tontura no corpo, a aflição pela letargia de uma parte -externa- de mim: tudo dói.
Aqui do lado, ela não come, cambaleia um pouco, reclama da invasão sofrida, se retira, se deita e dorme.
A fragilidade de uma Rainha é algo muito sofrido de se presenciar; até o gosto das coisas mudam...

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Do primeiro ciclo (Da ausência)

Acordei às 06:30 e, mesmo não tendo mais o costume de tomar café da manha, abri a geladeira e me servi de uma generosa fatia de bolo. De chocolate. Doce. Seguido de água quase gelada.
Forrou o estômago. Parcialmente, consegui me iludir de que o dia iniciara doce, minimamente doce.

O texto da música passou, do dia 17 passou, do natal passou (o próprio natal passou - quase que desapercebido). O ano novo passou. Minha mudança de ciclo passou (gratidão pelo presente). A promoção, finalmente, aconteceu. O respirar novos ares se concretizou (mesmo com todos os questionamentos inquietantes do período).

Já está de noite. Em casa, comi mais bolo. Uma fatia. Duas fatias. Morango. Músicas do Nelson Gonçalves. Lembranças. Estaticidade.

Todas as decisões não compartilhadas. Todas as novidades. Todas as ideias. Todos os questionamentos. A ausência de aprovação. De norte. De orientação.

Amargo.

...

Do ar que não nos deixa afundar,
Mas que não é o suficiente para
que fiquemos de pé.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Do que não se comemora

Foi lá atrás, no tempo do colégio ainda, que a Melina me disse que apenas o período de seis meses que deve ser comemorado. Não um mês, não um ano: seis meses! Ela tinha toda uma explicação que eu não dei importância, nunca fez sentido pra mim.
No começo de novembro eu já tinha parte desse texto pronto, pensei em destinatar diretamente, pensei em escrever alí mesmo, quando tudo estava mais a flor da pele, mais latente. Desisti. Me reuni e debati, mentalmente, com aquelas que habitam meu corpo em forma de arte e desisti.
Eu sei que hoje são dez (e não nove), mas a questão é que eu estou virada e o sol não nasceu ainda: ainda é nove. Ainda é nove e ontem foi quarta-feira. Ainda é nove e o Tim continua tocando -mais leve, mais suave, menos marcante, menos dolorido, mas continua tocando. Ainda é nove e eu não sei se entendi o que deveria entender, porque aquele sentimento verdadeiramente ruim e super raivoso continua sem aparecer. Ainda é nove e ainda há objetos. Ainda é nove e ainda há cabelo-gliter (im-pres-si-o-nan-te, né?). Ainda é nove e eu ainda sorrio quando vejo aqueles bebes. Ainda é nove e eu não sei quando deixará de ser (por completo).
O sol começa a nascer, o dia dez também!