quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Dos baús

Eu cresci com um baú na casa da minha mãe. Um baú velho, pesado, herança de família. Se ele não for secular, está perto disso. Sempre ficou na sala. Sempre guardou coisas antigas e pouco usadas pela minha mãe. Sempre teve um cheiro próprio, característico.

Eu e meus irmãos mais velhos temos um baú, cada um com o seu. Provavelmente, guardamos muitas coisas parecidas dentro deles. Mesmo com as particularidades, com a diferença na disposição daquilo que guardamos, com o tamanho particular de cada coisa que ali fica; ainda assim, são baús preenchidos de coisas bem similares. Eles eram trancados. Fui instigada a abrir meu bau e a olhar os outros baus também, foi quando descobri que a tranca (de pelo menos um dos dois) nem era exatamente uma tranca (ufa!).
Encontramos algumas fotos e videos parecidos, uns quadros pintados com mais e menos cores, coisas inéditas (nos dois baus), além da dualidade presente ali dentro: O cheiro de morfo misturado com o cheiro de coisas novinhas, recém colocadas la dentro; as imagens super nítidas e as outras praticamente apagadas; a ordem cronológica com que as coisas foram sendo guardadas; a forma como retiramos os objetos dali de dentro e mostramos aos outros... 

A rinite ataca.
Há perplexidade com o novo.
A gente vai aprendendo a lidar...

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