sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Da ressaca do mar

Eu devia ter uns seis anos quando passei com minha mãe, de carro, pela Praia de Iracema. 
A rua estava molhada devido às fortes ondas que batiam na faixa de pedras colocada para conter o mar. Eu não entendia a necessidade de "conter o mar" e, menos ainda, como que as pedras (teoricamente mais fortes que a água) não conseguiam cumprir essa função.

O mar é uma porção direta do oceano, uma parte do todo fazendo conexão com o lado terreno da natureza.

O movimento de suas águas é uma demonstração da vontade de se expandir, de ir alem, de tocar em partes da Terra nunca tocada antes.
A força com que ele bate nas pedras é um lembrete de que ele não existe para ser domado, controlado, contido. Toda a sua vitalidade, vem daquilo que é maior que ele próprio: o oceano.

Um mar sem faixa de pedras para contê-lo é calmo e tranquilo e te permite chegar no oceano de um modo agradável e seguro. Ele te convida a entrar em suas águas fluidas, a mergulhar em sua profundidade, a refrescar-se!


Contemple um mar sem faixa de pedras. Aceite o convite!


A ressaca do mar nada mais é que a revolta
do oceano de não poder tocar aquilo que almeja.

Um comentário:

Unknown disse...

Esse escrito me fez lembrar da minha sensação ao entrar no mar... gosto de pensar que, através do mar, tô em conexão com todo o planeta... e acabo sentindo como tal! Bj!