terça-feira, 13 de junho de 2017

Do autocontrole

"Encontros são inevitáveis. É, já tinha pensado nisso em algum momento, só que ontem vivi um desses encontros malucos que nos acontecem vez ou outra. Era para ser, tenho certeza disso. Em meio a tantas possibilidades, apareceu você que, de comum acordo, só o gosto pelos animais. Não ligo para o seu sotaque, nem me dei o trabalho de perguntar se você era daqui ou de qualquer outro lugar. Me vi desinteressada no teu interesse e, depois de uns papos, tragos e cigarros, dei uma quedinha por você. Foi uma noite longa e de resistência. Não escutei direito sobre o quê você falou enquanto eu tentava dormir. Chega pra lá, querido, só estou cansada, quero dormir. Não sei o que houve, se te dei algo mais que atenção e o que diabos estava fazendo na sua cama. Só estava. Foda-se, me passa a batata e sai pra lá com esse cigarro barato. Tua conversa me atrai, mas tenho que ir embora. Nem um beijo, nenhuma vontade de recuo, mas sou meio capricórnio, entende? Resisto e finjo que não estou nem ligando. Chego em casa, repenso no que houve, no que não houve e no que nunca haverá. Essa coisa louca que nós somos não vai passar disso. Como sei? Eu não sei. Mas é preciso. Não ta dando para arriscar no momento, apesar de você ser tentador. Por essas e outras que vamos continuar na casualidade de uma relação amigável. Porquê, meu caro, passando disso é muito perigoso. E ainda sou muito nova para me queimar em um fogo que não se apagará tão facilmente. Até terça."

Escrito por Mona Saunders
Madrugada de domingo
pra segunda-feira

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