sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Da festa silenciada

    E, basicamente, eu me preparo pra esse dia desde o começo do mês. Me programei para estar em casa hoje e poder te sentir mais presente; porque, mesmo você nunca tendo vindo nessa casa, há varias coisas suas morando aqui comigo.
    Acordei pensando na música do Carequinha e me vesti com sua camisa azul (que eu te dei na época do Geo), abri seu cd da Joana e pus pra tocar. Comi um doce; bem doce mesmo, daqueles que você comeria e beberia um enorme copo d'agua em seguida - e foi o que eu fiz também. E comecei a decorar a casa com os quadros e banners que eu tenho. Tudo aconteceu ao som de Joana, Nelson Gonçalves e Beatles.
    Toda essa decoração hoje (e arrumação ontem), provavelmente, é uma forma de tentar reproduzir as festas que tinham lá em casa. Lembra como você adorava nos reunir? De como, lááááá atrás era costume nos reunirmos toda sexta feira? De como você ficava satisfeito quando estava todo mundo junto dentro de casa? A gente comendo, bebendo, rindo, fofocando, trocando/recebendo presentes, tirando fotos, criando lembranças? E, mais recentemente, de você dizendo por telefone "só faltou você e seu irmão, que moram fora", lembra?
    Hoje, a casa aqui estava arrumada e decorada para uma festa silenciosa que só pôde acontecer dentro de mim, dentro da gente, de todos nós que nos reuníamos lá em casa...
    Eu tenho certeza, plena e absoluta, de que você amanheceu com uma festa especial... espero, de coração, que hoje você tenha ouvido as músicas que por 15 anos não pudemos cantar para você; que elas tenham sido cantadas pelas duas vozes mais doces aos seus ouvidos.

Por aqui teve música e silêncio preenchendo uma casa decorada para você.


Feliz aniversário.
Te amo!

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