Foi lá em 2021 que, mais uma vez, meu coração foi dilacerado no âmbito do amor romântico. Eu já estava quase que totalmente dilacerada antes, é verdade. A ruptura foi o golpe final, o tiro no peito em quem já estava com o corpo todo baleado. Ali, eu já sabia que nunca mais iria me reerguer novamente; não pelo golpe final, mas pelo golpe da vida mesmo (ou: pelo golpe da morte, sendo mais coerente).
Eu sabia que nada, nunca mais, iria ter tanto brilho como antes; que nada, nunca mais, pulsaria em plenitude como antes; nada, nunca mais.
Foi durante um banho, pós mentoria de 4a feira, que eu senti. Dentro de um abraço apertado, como quem tenta encaixar todas as minhas partes quebradas; numa respiração profunda, como quem tenta oxigenar para revigorar; num choro discreto, de quem tomou consciência do que sentiu.
Tudo foi acontecendo tão calmamente, de modo tão orgânico, que eu não me surpreendi com o que senti e admirei cada parte dessa construção: cada piada com os carinhos com as pseudo-raivas com os memes com as músicas com os elogios com os "hoje não dá" com os "tá confirmado hoje?" com os "quando você pode?" com as gargalhadas com os presentes com as curiosidades não saciadas com as batatas não comidas com as batatas comidas com os prazeres extremos com o banco de 5 metros com o banco de 2 metros com o banco sem distância com os olhos brilhando com o gato amigo com a aposta ganha com as fotos das viagens com ... tudo isso que estamos vivenciando.
Você já entendeu? Eu amo você!
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