sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Do que não se comemora

Foi lá atrás, no tempo do colégio ainda, que a Melina me disse que apenas o período de seis meses que deve ser comemorado. Não um mês, não um ano: seis meses! Ela tinha toda uma explicação que eu não dei importância, nunca fez sentido pra mim.
No começo de novembro eu já tinha parte desse texto pronto, pensei em destinatar diretamente, pensei em escrever alí mesmo, quando tudo estava mais a flor da pele, mais latente. Desisti. Me reuni e debati, mentalmente, com aquelas que habitam meu corpo em forma de arte e desisti.
Eu sei que hoje são dez (e não nove), mas a questão é que eu estou virada e o sol não nasceu ainda: ainda é nove. Ainda é nove e ontem foi quarta-feira. Ainda é nove e o Tim continua tocando -mais leve, mais suave, menos marcante, menos dolorido, mas continua tocando. Ainda é nove e eu não sei se entendi o que deveria entender, porque aquele sentimento verdadeiramente ruim e super raivoso continua sem aparecer. Ainda é nove e ainda há objetos. Ainda é nove e ainda há cabelo-gliter (im-pres-si-o-nan-te, né?). Ainda é nove e eu ainda sorrio quando vejo aqueles bebes. Ainda é nove e eu não sei quando deixará de ser (por completo).
O sol começa a nascer, o dia dez também!

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