quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Dos espaços

Ei, vem cá, me conta como está sendo essa correria. Me conta como estão sendo esses dias de trinta e seis horas totalmente preenchidos.
Você percebe que não há mais tempo para aquilo que chamávamos de nós? Para todos os planos e ideias que tínhamos em conjunto? Para aquele descanso básico de 10 minutinhos na cama olhando pro teto (sim, eu sei que virava meia hora, uma hora e -as vezes- até a madrugada inteira)
Sim, claro, eu sei que tudo é uma questão de prioridade e que -quando a gente quer- a gente consegue se organizar pra fazer todas as coisas que queremos...mas olha esses dias de seminário, olha as coisas que abrimos mão para que pudéssemos aproveitar ao máximo os momentos que aproveitamos.
Não, claro que não foi ruim; foi MA-RA-VI-LHO-SO. Mas, consegue perceber que aquilo não somos nós em nossas rotinas?!
Não há mais espaço, percebe?

Vem cá, me conta como é passar o dia com a mente ocupada; planejando, organizando, fazendo propaganda, dirigindo de uma cidade para outra. Me conta quantos segundos leva pra você desfocar o pensamento e as emoções de nós dois e se focar novamente nos seus planos, nas suas metas, nos seus desejos mais ambiciosos.

Eu sei que você olha pra mim e pensa que minha vida é super ocupada, super cheia de atividades, de afazeres, não é?! Não, não é! Tirando as aulas que tenho a noite e a caminhada que faço depois dela, não há um só momento em que eu esteja entregue 100% ao presente. As oito horas de trabalho sempre conseguem se transformar em séculos naquele exato momento em que eu paro e penso nas coisas (nas boas e nas ruins).
Em casa, seja lendo um livro, vendo Netflix ou organizando algo, eu consigo me conectar com o passado. Lamento e ainda me culpo. Eu sei da sua gratidão e eu sou grata também.

{...}
[texto interrompido]

Lembra que, independente de qualquer coisa,
o sentimento Maior permanece. SEMPRE.

YLI

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