Ela se entregou por inteiro. Ele disse que fez o mesmo. Ela acreditou.
Ela não tem mais nada que caracterize suas mãos em meio a outras mãos: não há mais pulseira e nem anéis. Ele, agora, tem um diferencial nas mãos, nas duas mãos.
Ela passou mais de 24 horas sem comer. Ele dizia que a fome dela não é como a dele, que ela não aguentaria ficar com a fome que ele ficava. Ela discordou, em silêncio.
Ele se preocupou com a inanição dela, disse que ela estava tremendo. Ela negou. Ele estava certo.
Ele disse que ela não deveria ficar parada. Ela ficou parada.
Ela diz que tem medo de maio. Ele diz que não é para ter. Ela continua tendo medo.
Ela foi além do último pedido dele. Ele disse que a procuraria amanhã e depois e depois e todos os dias da vida dele. Ela acreditou (e permanece esperando, até o final do dia de hoje).
Ela tinha vários planos pro dia de hoje. Ele os tornou inviáveis.
Ela foi embora dando-lhe um beijo de despedida, no rosto, enquanto ele dormia. Ele permaneceu imóvel.
Ela diz que sofre. Ele diz "eu também".
Há 4 anos
3 comentários:
sério que tu escreveu isso?!
Oo
caraleo....
não que eu não lhe ache capaz, mas ele tá muito foda.
=***
Todos sofrendo. Fato.
Cada um entenda o que quiser...Então, eu acho que entendi.
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